Treinador avalia que 45 minutos iniciais do Galo favoreceram o jogo do Fluminense, mas se mostra satisfeito com a segunda etapa: “Um dos melhores segundos tempos da equipe”
Na noite dessa quarta-feira, o Atlético-MG perdeu os 100% de aproveitamento no Mineirão, neste Brasileirão, ao empatar por 1 a 1 com o Fluminense. O Galo fez tempos distintos. Na etapa inicial, um time apagado. Nos últimos 45 minutos, uma equipe dominante. Foi essa a análise de Jorge Sampaoli. Para ele, o segundo tempo foi um dos melhores do Atlético na competição, apesar do tropeço.
– Dois tempos diferentes. No primeiro, o time esteve muito apagado. Primeiro tempo favorável a uma equipe que veio fazer o jogo que pensamos, que era de contra-ataque, roubar rápido e sair rápido para o ataque. Não conseguimos conectar o ataque. O segundo tempo, creio que foi um dos melhores segundos tempos da equipe. Teve inúmeras chances, ficou todo o tempo, de maneira valente, no campo rival. Lamentavelmente, não pôde concretar ações favoráveis na área. Valorizo muito o segundo tempo, foi imenso o domínio do time. Lamentavelmente, não pôde completar (em gol).
“Foram dois tempos diferentes. No segundo tempo, foi evidente o domínio, contra um time que tinha os 11 jogadores quase na sua área. Era muito difícil gerar chances, mas a equipe buscou por todos os lados. Pela direita, pelo centro, pela esquerda. Me deixou muito tranquilo, apesar do resultado, com o compromisso com o ataque no segundo tempo” – Jorge Sampaoli.
A mudança de um tempo para o outro, segundo Sampaoli, foi a postura dos atletas.
– Tem que ver a atitude do time. O time acordou, apertou o rival na sua área, gerou não menos de 12 ou 15 chances no segundo tempo. Jogamos 45 minutos que não pudemos protagonizar no ataque (primeiro tempo). Então, favorecemos uma característica de um rival que se postou bem, que só esperava recuperação para contra-atacar. Temos que aprender com essas coisas e tratar que a intensidade do segundo tempo se mantenha durante 90 minutos.
Outras respostas de Jorge Sampaoli
A postura do Fluminense surpreendeu?
– Não. Surpreendeu nossa postura do primeiro tempo. Uma postura passiva. Acredito que a postura do segundo tempo teve uma grande diferença, que não tem a ver comigo, tem a ver muito com a mudança de atitude e da valentia que (os jogadores) tiveram no segundo tempo. Sabendo que eles tinham muita velocidade de contra-ataque, ficamos o tempo todo no campo adversário.
Você precisa de reforços ofensivos pra fazer com que o time se mantenha sempre com o padrão de jogo do segundo tempo?
– Não. Somente seguir tentando fazer com que o time tenha essas intenções. Aí pode ganhar, pode perder, mas a intenção do segundo tempo me deixa feliz, em um resultado que me parece injusto, pelo que fez a equipe e pelas situações geradas em comparação ao rival. Há muita diferença no global. Hoje, cabe a mim seguir trabalhando com esses jogadores. Se chegar alguém que possa somar, muito melhor.
Por que o Atlético sofre tantos contra-ataques?
– É porque é o único time que vi que se coloca totalmente no campo adversário. Então, tem que parar transições a todo o tempo. Quando estamos em inferioridade posicional, os rivais se aproveitam (e fazem) o que vieram fazer: achar uma bola, atacar, contra-atacar rápido. Temos que saber lidar com o domínio que geramos quando nos colocamos no campo rival. Foi o que aconteceu no segundo tempo, que ressalto muito, porque pra mim foi incrível. Temos que seguir por esse caminho.